"Eu quero ficar só , mas comigo só eu não consigo ". Temo a solidão, porém repudio os laços falsos que os humanos criam. Solidão, escolha ou destino ? Perda ou ganho? Depende muito de onde, de quando e como.
Muito de mim é só, e só um de mim é muito isso porque sou só .Sou só , mas não literalmente, estou rodeada de gente – gente pérfida , mas gente.
Faço-me solitária, evito contato em demaseio. Relações superficiais. Quero me guardar meu tesouro. Como já disse o poeta “ ninguém me rouba de mim” Mas e a vontade, aquela intima e inerte, de pertencer emocionalmente a alguém. O tal desejo de ser só , “só contigo” . e este que não me deixa abdicar de vez do mundo.
Quando se está só , predomina-se o silencio, a desnibição a lógica, o frio, o calculo, o choro, o grito, você puro e cru ... Já junto é o calor, o barulho, a aparência, o comportamento, a critica, o molde o grito silenciado...
A solidão me permite ser eu , assim do jeito que sou. Despida, descalça e exposta. Já junto eu tenho por receio ou obrigação me adornar de uma felicidade inexistente, vestir um sorriso cínico, calçar as luvas da concórdia ... Junto a hipocrisia é arte estampada na face.
Eu prefiro então ser única, solitária. A encenação iminente me esgota de antemão . E quando por teimosa ser, ou por falta de opção tenho que atuar me sinto surrada no fim . Mordo a língua com o tal sorriso, e levo bofetadas estonteantes da concórdia exacerbada.
Solidão um ‘’mal” necessário que me traz por honra... verdade . A solidão sustenta minhas boias, e não me permite afogar em um mar de falsidades. Ela faz parte do que me faz forte !
“És parte ainda do que me faz forte E, pra ser honesto, Só um pouquinho infeliz...”